Guru do Abraço: O que você pode aprender com um guru na Índia.

AmmaGuru
Neste artigo você vai descobrir as transformações que uma viagem para Índia pode promover em nossas vidas

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A Índia sempre foi um lugar que me chamou a atenção por suas cores, sua cultura e sua espiritualidade.

Há dois anos, conheci uma Guru (Mestre espiritual) chamada Mātā Amritanandamayī Devi, mais conhecida como Amma, que vive na Índia, na cidade de Keralla. Mas ela também viaja por todo o mundo levando sua mensagem de amor e compaixão.

Amma é reconhecida como a Mãe divina, uma santa não só na Índia, como também em diversos países, pois carrega dentro de si todas as qualidades divinas, sendo considerada uma santa que dissemina a fé e o amor incondicional. Ela mesma diz que sua religião é o amor.

Cada Guru oferece a visão ampliada da consciência através do Darshan (benção) para todos que a procuram, e no caso da Amma ela se dá através do abraço. Ela já ofereceu seu abraço a mais de 34 milhões de pessoas em todo o mundo. Sim, é muita gente rs.

Amma

Esta é a segunda vez que visitei a Índia; a primeira vez foi em 2019, e mais uma vez foi uma experiência ímpar.

Conto aqui como foi receber o abraço desta Mestra, estar ao lado dela e o que aprendi durante 25 dias vivendo em um Asharam na Índia.

Sobre o abraço

Quando você chega no Asharam (uma comunidade em prol de um objetivo espiritual), todos podem receber o abraço da Amma. Você recebe um token, que é o acesso à fila para receber o abraço. Na maioria das vezes, as filas são grandes e será preciso esperar de duas a três horas para ter o momento divino com a Amma.

Para mim, o desenvolvimento espiritual já começa na fila, primeiramente lidando com a ansiedade e a euforia de querer vivenciar o momento e, depois, quando finalmente a hora chega e você está de frente da Amma. 

O momento é uma experiência indescritível de um abraço que acolhe: senti como se  derretesse completamente, e uma sensação de quietude e amor profundo. O abraço dura no máximo 1 minuto, e ao final Amma sempre sussurra em sua língua natal a seguinte frase: “minha filha querida, minha filha querida”. É a experiência mais linda que já vivi em minha vida.

E ao viver em um Asharam, a evolução espiritual é potente e rápida como a de um foguete. Os principais aprendizados que tive lá foram:

SEVA – Servir com alegria

Quando você chega no Asharam, recomenda-se que você faça voluntariado, afinal é por meio dessa prática que o local se mantém. Para isso, estão disponíveis diversos tipos de trabalho e você poderá escolher o que fazer. A Amma diz que o serviço é uma das formas de evolução espiritual, e a meu ver transcende o espiritual e nos faz emergir emoções como amor, compaixão, alegria. É muito bom fazer algo que ajudará outra pessoa, e, como é o caso lá, toda uma COM-Unidade.

Eu fiz SEVA de cortar legumes, limpar banheiro por 7 dias para o retiro de silêncio, plantar flores e sementes, limpar e reciclar itens sagrados.

Tive insights de que para manter limpo qualquer ambiente externo é necessário manter a organização diária, e isso acontece com a nossa mente, pois precisamos meditar todos os dias para limpar as impurezas, excesso de pensamentos  acumulados durante o dia, as semanas, meses e anos. Ao mesmo tempo, temos internamente brilhos e potenciais, porém, muitas vezes estão encobertos de poeira.

Aprendi que todos os trabalhos têm valor, hoje em dia eu enxergo que todas as atividades têm impacto positivo no ambiente, desde a pessoa que limpa a sua casa, empresa até o CEO da empresa, todos desempenham tarefas importantes e significativas para que o todo funcione.

Apego

Eu aprendi vivendo na Índia que a origem de nossos sofrimentos são os apegos, sejam eles materiais, emocionais e a pessoas. Estamos a todo momento lutando contra o que está acontecendo no momento presente.

E com a Amma aprendemos que a vida é impermanente, tudo está se transformando a cada instante e que não há como controlar os eventos externos. E o caminho espiritual significa desaprender padrões.

No Asharam, o quarto é simples, tem sujeira em alguns lugares, a cultura é diferente, o banho é frio, e conforto zero. Tudo isso, muitas vezes faz emergir medos, julgamento e pensamento em “voltar” para o Brasil e resgatar o tal do conforto. Entretanto, eu aprendi que quanto mais eu aproveitar a experiência no agora sem reclamação, mais eu cresceria.

O interessante é quando nos permitimos soltar o apego. Esse ato abre a possibilidade de confiar na vida, e entender que a VIDA está sempre certa, e que depende de nós, a capacidade de fluir com o que se apresenta. E, neste aspecto, tudo fica mais fácil e leve. Então, confie na impermanência; tudo passa.

Felicidade é um estado natural

Os indianos, de uma forma geral, são muito simples. Não há saneamento básico no País e isso nos surpreende. Entretanto, aqueles com quem convivi no Asharam me ensinaram muito, sempre os via sorrindo, orando, e ouvi de um deles que eles têm paz interna, não lutam ou geram esforço interior por suas vidas. Ou seja, entendi que não eram suas condições externas que o faziam estar bem ou mal.

E quando olhei para minha vida, reconheço que às vezes eu tinha supostamente tudo “externo”, mais um imenso vazio interior, e no Asharam eu não me maquiava, não usava roupa de marca, morava em um quarto e levava uma vida simples. 

Esta experiência me ensinou a reconhecer o que realmente me deixava feliz e aprendi que eram as conversas que eu tinha, o contato com a natureza, a oportunidade de estar na Índia, os momentos de contemplação. Reconheci que a felicidade genuína não depende de algo ou alguém, ela está disponível quando nos desocupamos e abrimos espaço para reconhecer o momento presente.

Acredito que somos felizes em comunidade, somos felizes quando servimos, quando nos mantemos no momento presente sem julgamento.

AsharamAmma

Sucesso e medo

Aprendi que o sucesso permanente é quando vencemos a nossa mente. Tive momentos de muito medo lá na Índia, e é interessante que quando você está ao lado de um Guru aparecem oportunidades de enfrentar padrões antigos. 

Acessei medos de “Se algo acontecer com minha família enquanto estou longe”? Em alguns momentos esses pensamentos me perturbaram imensamente, entretanto, com a meditação diária, reconheci que eram apegos antigos, e que esses pensamentos eram apenas pensamentos, não representavam a realidade. – lembrei-me da impermanência, de que eu não controlava o externo. E ao fazer isso, aprendi que o sucesso verdadeiro vem da capacidade de vencer a nossa mente, ir além dos pensamentos limitantes que nos mantêm em prisões diárias.

E finalmente, o que a AMMA me ensina é:

  • Fazer tudo com alegria é um ingrediente necessário para a vida.
  • Faça tudo com amor e presença.
  • O verdadeiro líder é aquele que conhece suas limitações.
  • Agradeça ao invés de reclamar.
  • Supere seus medos ao invés de ficar parado.
  • Cresça em comunidade, nunca fazemos nada sozinhos.
  • Seja compassivo, escolha fazer o bem em todas as situações.

O Caminho espiritual nos dá força necessária para enfrentar os desafios da vida e da mente.

Ao final desta experiência, eu acredito no SER humano e sei que há um caminho para viver com mais calma interior, acessando uma felicidade genuína que acontece quando estamos presentes, no aqui e agora. 

Penso que precisamos resgatar o projeto Humano, e desenvolver habilidades de compaixão, servir, humildade, empatia, autocuidado, atenção, são uma chave para uma experiência humana mais leve. 

E que podemos treinar essas habilidades a cada momento, e a meditação é uma destas formas. Entretanto, é importante PAUSAR por um momento para olhar como vem vivendo a sua vida e reconhecer o que te impede de viver em paz e o que você poderia fazer para se sentir melhor?

O que mais você gostaria de saber desta experiência?

Com amor,

Herica Ponsiana.

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